Fanfiction Nova! Série: Fantásticas Desventuras em Izadora. - São Lorenzo

     Após hiatos a seção exclusiva de FanFiction está com novo capítulo da série especial "Fantásticas Desventuras em Izadora". Clique em "FanFiction" no menu acima para ler a sinopse da série que alia Justiça Jovem e Os Jovens Titãs. Nessa trama cada capítulo é narrado por um personagem diferente (narrativa em primeira pessoa).

 Fantásticas Desventuras em Izadora
 Cap. 2 - São Lorenzo

  Sinopse: Os jovens percebem que para sobreviver em meio a uma dimensão desconhecida terão que atravesar seus cinco níveis, e isso poder levar anos. O nível 1 começa nas propriedades de um perverso fazendeiro.

  Narrado por: Estelar (Jovens Titãs).

       Acredito que eu fiquei inconsciente durante considerável tempo. Abri os olhos com dificuldade. Minha cabeça latejava de dor! Perto de mim, meus amigos começaram a despertar. Todos pareciam tão atordoados quanto eu.

    - Robin... você – comecei com a voz fraca.

    - Onde estamos? Cadê a Dama Fantini? – Questionou ele olhando para os lados.

    - A última coisa que lembro... são aranhas. Aranhas por todos os lados e uma música – disse Mutano.

    - Não sei dizer onde estamos – começou Ciborgue – Meu computador nem se quer liga! Estamos sem GPS e comunicação.

    Uma energia horrível pairava ao nosso redor. Estávamos perdidos em uma terra hostil e desconhecida. Súbito lembrei-me dos meus novos amigos, uma equipe de jovens aprendizes de heróis chamada Justiça Jovem.

    - Isso não é bom... – começou um dos garotos, um que era alto, forte e que trajava uma camisa preta com um emblema em forme de “S” dentro de um figura geométrica que muito lembrava o formato de um diamante (ou algo similar).

    Estávamos – no que parecia ser – em um campo de plantação. Não sei dizer que planta era. O céu estava sem nuvens, os raios de sol queimavam a pele. Minha garganta ansiava por um generoso copo d’água.

    - O que é aquilo? – Perguntou Ártemis apontando para a minha esquerda. Olhei para o lado e notei feixes de fumaça amarela e roxa circulando pelo ar e aos poucos formando uma imagem. Apertei os olhos para tentar enxergar melhor. As fumaças começaram a se juntar. Um par de olhos de falcão vermelhos, muitos grandes e com pupilas negras e dilatas, surgiu junto um sorriso largo de presas afiadas e levemente escurecidas. O amarelo adquiriu uma tonalidade perto do laranja. Pouco a pouco, notava-se a forma de um animal muito estranho. Seu corpo era parecido com o de um felino, porém era muito magro, com os ossos da costela a mostra (nessa área do corpo a criatura não possuía pele). Seu pescoço era comprido, suas orelhas eram desproporcionais a cabeça, irregulares e pontudas; sua calda era também muito longa... e repleta de pequenos espinhos. Seu rosto, contudo, era assustador, cadavérico, pálido, cheios de cicatrizes. Sua bochecha esquerda possuía um ferimento que deixava os músculos e o osso a mostra. A criatura possuía asas de tamanho médio cobertas por algo que lembrava a pele de um lagarto. O resto seu corpo era coberto por pelos brilhantes, laranja com listras roxas, para ser mais detalhista.

   - Aquilo, mocinha, tem nome – disse a criatura medonha. – Me chamo Sr. Fofo.

    Ravena abafou o riso.

    - Isso é algum tipo de ironia? – Perguntou ela com seu típico humor mordaz. Sr. Fofa lançou um olhar feroz de desprezo para minha amiga e sorriu.

    - Irá arrepender-se disso, minha querida – disse ele rindo de leve. Notei que Sr. Fofo não piscava... suas pupilas negras e dilatas pareciam congeladas.

    - Assustador – disse Tim em voz baixa. Na verdade, o nome do garoto não é “Tim”. Os amigos dele o chamam de Robin, mas no meu grupo, Os Jovens Titãs, também há um Robin, e para evitar confusão decidimos apelidar esse menino de “Tim”. Ele não gostou muito, porém foi forçado a aceitar. Na minha sincera opinião... ele é muito novo para fazer parte de uma equipe de heróis.

    - Acredite, criança – começou Sr. Fofo com sua voz suave, levemente grave – você ainda vai aprender o significado da palavra “assustador”. Enfim! O que temos aqui? Crianças ingratas a adorável hospitalidade da minha senhora, a Dama Fantini.

    - Trabalha para aquela maluca? – Gritou Robin – Titãs atac...

    - Atacar-me com quais armas e com quais poderes, meu jovem?

     Senti um arrepio percorrer meu corpo. De um segundo a outro, nossas roupas mudaram. Robin estava sem arma alguma, ninguém portava sequer um simples alfinete, nada que pudesse ferir. Tentei usar meus poderes, porém para meu assombro, eles sumiram. Sr. Fofo começou a rir. Notei que nossas roupas estavam mais para trapos com remendos para cobrir buracos. Passei as mãos pelos meus cabelos. Estavam despenteados e cheios de um pó cinza. Parecíamos um grupo de farrapos miseráveis da Idade das Trevas. Ravena estava de cabelos longos e bagunçados. Robin e Tim, por algum motivo, permaneciam de máscara.

       - Prestem atenção, pois só vou falar uma vez: vocês estão dentro de uma espécie de jogo, vamos dizer assim. Izadora é uma dimensão criada pela poderosa Dama Fantine, uma semi-deusa conhecida por ser hospitaleira, porém vingativa. Parece que a minha senhora é amiga dos seus inimigos, crianças. Aceitei sua situação como um desafio. Izadora é composta por cinco camadas, ou seja, cinco níveis. Para saírem daqui, evidentemente, é preciso atravessar os níveis. Como? Vivam cada nível, quando mais demorarem para superar um nível, mais tempo irão ficar presos. Vocês podem ficar presos aqui, literalmente, durante anos, portanto acostumem-se as regras de Izadora. Não como fugir. Se morrerem aqui, e isso é claramente possível, morrerão para em seu mundo. Anos podem se passar, mas vocês não irão envelhecer, contudo podem ficar doentes, sofrer lesões irreversíveis, e traumas. Seis inimigos sabem o quanto vocês são vulneráveis aqui, e claro, divertem-se em os ver em aflição.

     - Mas não aceitamos nada disso! – Gritou Kid Flash. – Quero meus poderes de volta!

     - Eu não me importo – retrucou Sr. Fofo. – Vocês não tem escolha! Caso não se lembrem... estão aqui a várias semanas, desfrutavam da hospitalidade da minha senhora. Quanto a seus poderes e brinquedinhos perigosos, não garanto nada.

     - Mas... não podemos ficar aqui! – Reclamou Ciborgue. – Temos nossas próprias vidas, e preciso recarregar baterias e...

      - Agora, vida de vocês é em Izadora. Aqui você não precisa de baterias. Precisa sobreviver, atravessar os níveis. Acredito que podem não fazer falta no mundinho de vocês. Um ano em Izadora equivale a apenas um minuto no mundo de vocês – Disse Sr. Fofo ainda sorrindo e rindo.

      Ficamos sem saber o que dizer ou fazer. Escutei passos pesados se aproximando. Um homem alto, corpulento e nada amigável parou a nossa frente. Tentei me mexer, porém meu corpo estava paralisados. Meus amigos também estavam impossibilitados de realizar movimentos.

      - Seus novos escravos,  John – disse Sr. Fofo, e olhou para nós – Nível 1. Divirtam-se! – E sumiu.

                        

                                                                       3 MESES DEPOIS

    John é o proprietário da fazenda São Lorenzo, especializada em plantações de cana-de-açúcar, café, trigo e centeio; e na criação de gado de corte e leiteiro. Próxima ao lado leste de São Lorenzo há uma grande mina de diamante azul e reversa de carvão. John era também é proprietário da mina e da reserva, ele comercializa seus produtos produzidos na fazendo, na mina e na reserva em uma cidade próxima, chamada Fall.

      Eu e meus amigos fomos obrigados a trabalhar de graça para John. Ele nos ameaçava constantemente, prometia castigos severos caso descumpríssemos suas ordens. Eu e as garotas cuidávamos da sua enorme mansão. Os afazeres domésticos eram intermináveis! Tentei várias vezes o desobedecer, mas John era capaz de causar dor extrema apenas com o olhar.

      Robin e Tim viviam enfurnados na mina de diamante ou na reserva de carvão. Mutano e Superboy cuidavam do gado enquanto Aqualad, Ciborgue e Kid Flash trabalhavam nas plantações. Não tínhamos direito a nenhuma porcentagem do que era plantado, nem de nada que fosse propriedade de John. Segundo ele, John fazia a caridade de nos dar pão dormido, farinha, leite e aveia. Nossa refeição, apenas uma por dia, resumia-se a mingau (engrossado com farinha) e minúsculos pedaços de pão dormido, afinal era um único pão por dia para 11 pessoas.

        - Não consigo acreditar no que está acontecendo – disse Miss Marte enquanto esfregava uma esponja no chão da cozinha. – Quando isso irá terminar?

        - Não sei – respondi desanimada. Descobri que tenho profundo desgosto em descascar cebolas. – Somos vigiados o tempo! Até parece que as paredes dessa casa tem olhos e ouvidos extremamente sensíveis.

         Fortes pisadas ecoaram pelo piso de madeira. Ravena largou a louça e foi até a porta da cozinha.

          -  Robin e Tim estão presos na reserva! – Gritou Kid Flash.